O Id, o Ego e o Superego

 

Objectivo: Analisar a Perspectiva Epigenética de Freud.

  Ideia : as estruturas psíquicas são constituintes essenciais da personalidade e o conflito entre elas gera o dinamismo da vida psíquica.

 

 

«O Id, o Ego e o Superego

 O ID tem, segundo Freud, várias características:

°    É o alicerce ou matriz psíquica a partir do qual se formam, por diferenciação, as outras instâncias psíquicas: o Ego e o Superego.

°    É formado por tudo o que herdamos e está presente no nascimento: instintos, pulsões, desejos. Entre os instintos destacam-se o Instinto de Vida – Eros (construtivo) e o Instinto de Morte – Thanatos (destrutivo e agressivo). É o reservatório dos impulsos biológicos básicos que constituem o fundamento da energia do comportamento.

°    É totalmente inconsciente e, embora inclua elementos psíquicos recalcados e, portanto, inconscientes, não é todo o inconsciente.

°    É regido, na sua actividade, pelo Princípio do Prazer, pelo que está totalmente desligado do mundo real de da realidade externa: procura satisfazer imediatamente os seus instintos e impulsos sem atender às circunstâncias.

°    É amoral, pois procura realizar tudo o que lhe agrada sem se preocupar se é bom ou mau, desconhece as regras morais. Também desconhece os princípios lógicos: Ignora o princípio lógico da não contradição porque nele coabitam instintos de vida e morte

°    É o grande reservatório da libido ou energia das pulsões afectivas centradas no corpo (por exemplo as pulsões sexuais).

 

O EGO tem, segundo Freud, várias características:

°    É a instância que estabelece o contacto com a realidade;

°    É o mediador entre as exigências pulsionais do Id e as possibilidades que a realidade oferece: defende-nos do assalto descontrolado das paixões e impulsos irrealistas do Id.

°    Começa a desenvolver-se por volta dos seis meses.

°    Funciona segundo princípios lógicos e racionais embora, paradoxalmente seja, em parte, inconsciente.

°    É regido pelo Princípio da Realidade: adia a satisfação dos impulsos do Id até que o objecto apropriado a essa satisfação surja na realidade. Este adiamento dignifica que o Ego está a procurar o prazer realisticamente. O ego desenvolve-se a partir do Id e existe para satisfazer-lhe as necessidades mas aprende que nem tudo é possível e que, para termos umas coisas temos de renunciar a outras: não podemos ter tudo o que queremos.

 

O SUPEREGO tem, segundo Freud, várias características:

°    É a instância que vigia o cumprimento dos valores, normas e ideias que nos são ensinados pelos pais.

°    É o regulador da integração social, velando para que se cumpram as normas sociais atrav´+es da repressão de certos actos e do favorecimento de outros.

°    Forma-se ou começa a desenvolver-se a partir dos 3 anos através de um processo de introjecção ou interiorização que faz com que essas normas sociais se tornem inconscientes (ou pelo menos inconscientes quanto aos modo como formam interiorizados).

°    O superego tem um triplo papel: (1) inibir ou refrear impulsos (sobretudo agressivos e sexuais) que exercem pressão sobre o Ego; (2) persuadir o Ego a substituir objectivos realistas por objectivos moralistas; (3) procurar a perfeição moral através do bloqueio dos instintos.

 

A vida psíquica resulta de um permanente conflito entre o Id e o Superego, entre a força dos impulsos instintivos e as ameaças de punição moral. Freud compara o Ego a um “escravo” que tem de agradar a dois senhores em luta um com o outro. Se já era difícil satisfazer o Id por causa dos constrangimentos da realidade, o Superego agrava a tarefa do Ego. Um Id demasiado forte torna-nos impulsivos, egoístas e agressivos. Um Superego demasiado repressivo torna-nos inibidos, complexados, vítimas de sentimentos de culpa exagerados. Daí aparecerem neuroses se o Ego não é forte.» 

Luís Rodrigues, (2005), Psicologia 12º ano, Plátano Edª. (adaptado)